quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Do mal como bem

Eis que seu toque veio ao meu rosto

Como a água chega ao sedento...

Acalentou-me e fez com que o frio fosse embora...

Estive nu e me vestistes...

Estive faminto e me alimentastes...

Era forasteiro e me acolhestes...

Estava morto e me ressuscitastes...


Eis que a mesma mão que afaga

Foi a mesma que mão que apunhala.

Contradisseste-se...

Olhastes em meus olhos e declarastes amor...

Oh! Quanta perfídia!

Roubastes dos meus olhos o brilho.

E do meu rosto o sorriso...


Mas deixastes à vida que consigo trouxestes.

Largastes-me a beira do abismo...

Sinto muito! Eu não pulei...


A vida que me trouxestes deu a luz

E as dores de parto foram tuas palavras falsas!

Mas eis que delas nasceram um lindo fruto:

A esperança.


Agradeço-te...

Estou vivo, de pé, e logo estarei bem.

Você só poderá lamentar, já que como você, conheci e conhecerei muitas.

Como eu (Que tristeza a sua) só existo eu...

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